quinta-feira, agosto 31, 2006

Um membro da nossa Universidade brilha na cena internacional

Foi com enorme satisfação que ao abrir o correio electrónico deparei com a seguinte mensagem:

Olá Jorge
Não deveriamos divulgar?

E logo a seguir um texto que começava assim:
"O Chapéu do Metafísico", um filme de Zenito Weyl, foi o vencedor do Concurso Internacional de Cinema Super8mm, sendo distinguido pelo Júri Internacional do Festival com o Grande Prémio ..."

Óbviamente ! pensei eu. Weyl é docente da nossa Universidade e é sempre bom que qualquer membro integrante desta nossa casa brilhe na sociedade global.

Isto vem ao encontro de um princípio que advogo e que devo incentivar: todos os membros da UniPiaget (alunos, docentes e funcionários) constituem a essência da instituição e como tal devem ter um desempenho em abono do que poderemos chamar de "orgulho piagetano" ou seja o "espírito de corpo" e o "sentimento de pertença". Fazendo jus ao lema do Instituto Piaget: "Desenvolvimento humano integral e ecológico", não poderemos dissociar as realizações do ser humano que não sejam as do exercício das suas funções na universidade, das demais realizações, atitudes e emoções que lhe sejam inerentes.
Penso que todos nós nos devemos orgulhar quando um membro da comunidade piagetana é protagonista de um feito notório e edificante. Ao mesmo título devemos também ser solidários com qualquer elemento que esteja a passar por momentos menos bons. É isso o espírito associativo e cooperativo.

Como Weyl é também colaborador do jornal "Liberal Online", naturalmente a notícia deveria nele figurar. E figura. Eis as primeiras linhas:
Praia, 30 Agosto - Zenito (Francisco) Weyl, premiado no Douro Filme Festival (Concurso Internacional de Cinema Super8mm): cidadão amazónico-brasileiro, residente na cidade da Praia, onde lecciona na Universidade Jean Piaget, Francisco Weyl, 42 anos, é “Carpinteiro de Poesia e de Cinema”, colunista de Liberal. Rodou filmes em Portugal, Brasil, Espanha, França, Itália, Bélgica, Marrocos e Cabo Verde.

segunda-feira, agosto 14, 2006

Em directo no noticiário das 20h da Televisão de Cabo Verde


ReclinerEm virtude de ter assumido o cargo de Reitor, a Televisão de Cabo Verde achou que seria importante dar a conhecer à Sociedade que Cabo Verde acabava de ter o seu primeiro Reitor cabo-verdiano numa universidade cabo-verdiana.

Assim endereçou-nos um amável convite para que estivesse em directo no telejornal das 20h do dia 10 de Agosto, a responder às perguntas da conhecida jornalista Rosana Almeida.

Foi o que se sucedeu e respondi tranquilamente e com segurança às perguntas a mim dirigidas. Estas perguntas disseram respeito a:
Procurarei trazer ao vosso conhecimento extractos do vídeo desta entrevista que dentro em breve iremos receber. Até lá fiquem bem.


quarta-feira, agosto 09, 2006

Há 110 anos nascia Jean Piaget, o 1º Presidente honorário do Instituto Piaget

9 de Agosto, é um dia revestido de significado para a nossa Universidade. Comemora-se os cento e dez anos do nascimento de Jean Piaget. A nossa Universidade tem este nome porque pertencemos a uma família mais vasta que honra o nome deste grande pensador do século XX. Esta família é a do Instituto Piaget

A UniPiaget e o Intituto Piaget inspiram-se nos princípios e nos ensinamentos deste psicólogo suíço que foi o primeiro Presidente de Honra do Instituto Piaget. Poderemos ler o seguinte, no extracto do jornal on-line "Liberal" publicado às 17:46h de 9 deAgosto :

Nasceu há 110 anos em Neuchâtel um homem que revolucionou o ensino e a teoria do conhecimento: Jean Piaget. Psicólogo, doutorou-se em Biologia na Universidade daquela cidade suiça. Em 1919, ano seguinte ao seu doutoramento, começou a trabalhar em instituições de pesquisa psicológica em Zurique e Paris. São da sua lavra importantes estudos sobre psicologia infantil, a partir dos quais formulou a teoria da inteligência sensorial e motriz e do densenvolvimento espontâneo da inteligência prática. Para Piaget, os princípios da lógica começam a desenvolver-se antes da linguagem e resultam da acção sensorial e motriz do bébé na sua intreacção com o meio. Com base nas ideias de Piaget, avançou-se para um Instituto de ensino universitário que tem extensão em Cabo Verde, cidade da Praia. Jean Piaget faleceu em Genebra em 1980.
A tal "extensão" de que fala "Liberal on line" é a Universidade Jean Piaget de Cabo Verde e não se trata de uma extensão do Instituto Piaget, mas sim de uma Universidade do Direito Cabo-verdiano cuja instituição criadora é o referido instituto.

Deve-se igualmente a Jean Piaget o termo "Transdisciplinaridade" por ele criado em 1970 num congresso em Nice. A Transdisciplinaridade vem consagrada nos estatutos da nossa universidade. Disso falarei mais tarde (pode ilustrar-se porém lendo o artigo: "Cultivar a atitude transdisciplinar e saber pensar desta forma"

Jean Piaget foi um menino prodígio. Aos 11 anos tinha já escrito seu primeiro trabalho sobre a observação de um pardal albino. Esse breve estudo é considerado o início de sua brilhante carreira científica.


sábado, agosto 05, 2006

Discurso proferido na Cerimónia de Imposição de Fitas aos Finalistas 2006

Os estudantes finalistas de 2006 organizaram no dia 4 de Agosto, uma belíssima cerimónia de imposição de fitas. Convidaram a Ministra da Educação e do Ensino Superior, Drª Filomena Martins. Estiveram presentes mais de 400 pessoas, entre finalistas (118), familiares e amigos dos mesmos, docentes e funcionários.
Sendo para mim o primeiro acto público na qualidade de Reitor, cabia-me proferir algumas palavras que a ocasião merecia. E é assim que produzi o seguinte Discurso:

Excelentíssima Senhora Ministra da Educação e do Ensino Superior
Excelentíssimo Senhor Pró-Reitor para a Cultura, Promoção e Desenvolvimento
Excelentíssima Senhora Directora Geral do Ensino Superior e Ciência
Senhora Presidente da Comissão Organizadora deste evento
Ilustres convidados
Caríssimos Finalistas, seus familiares e amigos aqui presentes
Estimados docentes e discentes da UniPiaget
Caros elementos do corpo administrativo desta instituição
Prezados membros da comunicação social
Minhas senhoras e meus senhores


Começo por agradecer as gentis palavras proferidas pela senhora presidente da comissão organizadora e pedia a vossa indulgência por começar esta minha alocução, pelo lado emotivo ao invés do discurso formal e racional que a praxe recomenda. Sim,… é isso mesmo! sinto-me bastante emocionado com o presente momento que vivenciamos:
  • Emocionado, porque vejo terminar o ciclo de 5 anos daqueles que em Outubro de 2001, iniciaram o primeiro ano lectivo regular desta Universidade.
  • Emocionado, pela honra que nos é concedida por sua excelência a senhora Ministra da Educação e do Ensino Superior em prestigiar esta vossa e nossa significativa cerimónia.
  • Emocionado enfim, por ser este o primeiro acto público em que me manifesto na qualidade de REITOR.
Caríssimos Finalistas:
Porque me emociono eu, por vos ver finalistas após estes 5 anos? É que fazeis parte dos que viram nascer esta Universidade e tal como a Professora Estela Lamas e eu próprio, acompanhastes o crescimento e a evolução desta instituição. A Prof. Estela, minha antecessora, lamenta imenso não poder estar fisicamente aqui convosco neste momento tão especial de vossas vidas… Dizia que o crescimento da UniPiaget é obra de todos nós, certo, mas é sobretudo vossa obra:
  • Seria a UniPiaget o que é, se vós não tivésseis feito um esforço para estudar e singrar pelos cursos até ao fim?
  • Seria a UniPiaget o que é, se vós não tivésseis manifestado a vossa opinião sobre tudo o que não ia bem na instituição?
  • Quantos sacrifícios não passastes, mas quantas alegrias não trouxestes ao convívio de todos nós?
  • E os contributos dados pelo vosso trabalho, pela vossa dedicação, pelo vosso carinho?
Acompanhei discretamente os preparativos e o empenho que tivestes durante o último ano para poder organizar esta comemoração. Só comemora aquele que preza o objecto de sua comemoração. Se comemorais desta maneira, é porque vos sentis bem com o que conseguistes. Sabemos que é com orgulho que exibireis o diploma da UniPiaget. E isto porque mais do que ninguém, mais do que vossos colegas que entraram depois, sabeis que, como já o disse, evoluístes construindo a própria universidade, debaixo de muitos sacrifícios. Lembram-se das aulas tidas no bloco B, quando não havia vidros nas janelas, quando subiam ao primeiro andar pelas escadas de incêndio, quando a poeira, os insectos e o barulho eram insuportáveis? quando escassos eram os documentos na biblioteca? … Mas tudo isto teve um impacto positivo na vossa e na nossa formação. A UniPiaget foi paulatinamente melhorando as condições que oferecia; pouco a pouco foram-se corrigindo os erros e as insuficiências. Este esforço foi por vós apreciado e cedo se aperceberam que a nossa instituição fazia jus aos propósitos consagrados nos seus estatutos. Estamos longe da perfeição, muito está ainda por fazer, muito deverá ser corrigido, rectificado e melhorado. Sê-lo-á certamente estamos disso confiantes. Mas o balanço é deveras positivo. E isto é visível, sobretudo no nível de conhecimentos e pela qualidade da vossa formação e desempenho. Sois e somos conscientes da grande distância que separa o caloiro de 2001 do finalista de 2006!

É com grande prazer que vos vemos e ouvimos hoje falar e discorrer, que vos sentimos desenvolver trabalhos de grande valor técnico e científico, que apreciamos a vossa postura em ocasiões sociais. Sois dignos da nossa instituição. Sentimo-nos orgulhosos de vós e do vosso trabalho. Sabemos que não ireis desmerecer a formação que adquiristes na UniPiaget.

E é aqui que reside a minha segunda emoção. Interpreto a honra que nos é concedida pela Senhora Ministra como um sinal de confiança nas vossas capacidades, como um sinal de confiança no poder da juventude do nosso país, mas também como um sinal de confiança na qualidade da formação que a Universidade Jean Piaget disponibiliza e sobretudo no papel que esta instituição virá a desempenhar, irmanada com a Universidade pública de Cabo Verde e em sintonia com a sábia política do desenvolvimento do ensino superior e da investigação científica que o Governo, na pessoa de vossa excelência, vem desenvolvendo.

A minha terceira emoção se prende com o facto de começar o meu reitorado na confluência destas duas circunstâncias para mim imbuídas de importante significado:
  • A saída para o mundo do trabalho da primeira leva de profissionais formada pela nossa Universidade;
  • A presença da Senhora ministra que coordena a política do ensino superior cabo-verdiano.
É como se, permitam-me a comparação, me encontrasse a meio percurso de um rio; de um rio de conhecimento e de acção formativa do homem e da mulher cabo-verdianos. Do lado da nascente temos a política educativa do país (simbolizado pela Senhora Ministra); do lado da foz, temos o mundo do trabalho que vos espera e cujas águas actuais são por vós, caríssimos finalistas, simbolizadas. O leito deste rio é a UniPiaget e eu seria o engenheiro-chefe encarregue, com a minha equipa, de fazer as devidas correcções torrenciais e melhoramentos do percurso. Imaginem vós se um dia vir a descarregar muitas pedras neste percurso e estancar ou perturbar seu curso? Claro que não o farei e é porque realizaremos todos um bom trabalho é que levaremos a água da formação, da nascente à foz!

Não poderia terminar sem fazer algumas exortações:
  • Honrem sempre a vossa profissão e não deixeis de conferir periodicamente o prazo de validade de vossos conhecimentos
  • Considerem que também é gratificante poder deixar ao longo da vida uma obra feita de que se orgulhem
  • Saibam que a vossa universidade não ficará somente no álbum de vossas recordações. A formação ao longo da vida é também nosso apanágio e esta é e continuará sempre a ser a vossa casa, um lugar em que vos sentireis bem e do qual sereis sempre orgulhosos
  • Sejam unidos como sempre o foram, construam momentos de reencontro e quiçá, fundam uma associação de antigos alunos da UniPiaget.
  • Sejam os primeiros embaixadores da UniPiaget, mais pela qualidade do vosso desempenho do que por aquilo que disserem em seu abono.
Termino agora pelos agradecimentos a todos os que contribuíram para que hoje fossem finalistas e que ajudaram a UniPiaget a desempenhar o seu papel:
  • Ao Instituto Piaget por acreditar neste projecto e ter dado sempre o maior apoio à nossa universidade (temos até sido um exemplo para as outras instituições criadas pelo Piaget)
  • Aos Administradores gerais havidos, pelo alto nível de organização e da gestão que fizeram e certamente continuará a ser feito.
  • À professora Estela Lamas, Reitora cessante, que durante estes cinco anos vos acompanhou e se interessou pelos vossos sucessos. A Professora com letras maiúsculas que conduziu os destinos da UniPiaget e com a qual me senti honrado de a secundar como Vice-reitor.
  • Aos docentes desta casa, que se entregaram a vós e vos acompanharam em vários momentos da caminhada.
  • Ao pessoal administrativo que vos serviu sempre com abnegação, para que pudésseis ter desde a papelada académica em dia, aos lugares limpos e asseados, à alimentação saudável na cantina (ou quase), aos jardins refrescantes, ao equipamento funcional, aos serviços de documentação em dia (ou quase) … e a tudo o que sem estas pessoas não tornaria possível estarmos numa universidade mas talvez numa casa de explicações de ensino superior para adultos.
  • Aos vossos pais, aos familiares e aos encarregados de educação que vos auxiliaram e incentivaram ao longo destes anos
  • Às instituições que vos financiaram os estudos e que disponibilizaram bolsas
  • Às entidades da sociedade civil que estão sempre prontas a ajudar os nossos estudantes
  • Às instituições que vos receberam em estágio
  • À comunicação social que contribui para que a vossa universidade seja conhecida e divulgada, criando a imagem que vos é útil ao se lançarem no mundo do emprego
  • A vós próprios por saberem respeitar, preservar e acarinhar as nossas premissas e instalações.
  • E sobretudo ao Governo de Cabo Verde pela confiança depositada em nós e pela disponibilidade que tem demonstrado em conjuntamente resolver os problemas típicos do sector e em remover os eventuais obstáculos que pudessem afectar o processo do vosso ensino-aprendizagem.
Fazendo então votos de sucessos pela vida fora, dou por terminada esta alocução. Obrigado a todos pela atenção

Caso queira um exemplar do discurso pode baixá-lo AQUI

sexta-feira, agosto 04, 2006

O Turismo e o Equilíbrio ambiental de Cabo Verde

É com satisfação que vejo o Turismo cabo-verdiano crescer. Porém, isto me deixa preocupado quando correlaciono com o perigo ambiental que este crescimento pode trazer.
Como é do conhecimento público, a Universidade Jean Piaget de Cabo Verde tem como entidade instituidora o Instituto Piaget cujo lema é: "O desenvolvimento humano integral e ecológico". A nossa Universidade preocupa-se sobremaneira com o equilíbrio ambiental. Basta ver como tratamos a questão da utilização da água, da sua reciclagem, da criação de um microclima no nosso campus através de um jardim com as espécies vegetais criteriosa e meticulosamente escolhidas. Mas a nossa preocupação vai mais longe do que o do prróprio campus universitário. Ela estende-se ao país. Foi assim que criámos o curso Ecologia e Desenvolvimento que infelizmente não tem tido um número suficiente de interessados para que seja efectivamente aberto. Este ano voltamos a disponibilizá-lo e faço apelo a toda a comunidade académica para divulgá-lo e procurar sensibilizar as camadas mais jovens para a importância que este curso tem no contexto cabo-verdiano cujas saídas profissionais são bastante apelativas. Um dos importantes contributos deste curso é a visão e o enfoque que ele dá aos problemas do Desenvolvimento em termos ambientais. E é ali que entra a questão do Turismo! Como gerir o crescimento do Turismo de modo sustentado? Esta pergunta tem preocupado a Agência Cabo-verdiana de Promoção do Investimento que organizou hoje , dia 4 de Agosto, na cidade da Praia, uma importante conferência intitulada "O desenvolvimento sustentado do turismo e o equilíbrio ambiental" proferida pelo Professor Rober Kasisi da Escola de Arquitectura da Paisagem da Universidade de Montréal. A pergunta também preocupa a nossa UniPiaget e foi por isso que acrescentamos mais uma variante ao nosso curso de Gestão de Hotelaria e Turismo que se chama "Planeamento em Turismo". A palestra do Professor Kasisi (para a qual fomos convidados) reveste-se de uma capital importância e pertinência para Cabo Verde. Este perito apresentou Cabo Verde como um estudo de caso no interior de sua conferência.

quinta-feira, agosto 03, 2006

Pensamento crítico, Ciência e Sociedade

Introdução
Como pudemos ver no capítulo anterior (Capítulo do artigo “Aprender a Investigar – Seminário Complementar do 1º ano” em co-autoria com Estela Lamas e Daniel Costa – revista CONTACTO da UniPiaget), foi traçado o perfil do Seminário complementar oferecido no 1º ano de todos os cursos de graduação da UniPiaget. Para além do historial e dos fundamentos que justificam e ditam a inserção deste seminário nestes cursos, foi descrita e apresentada a sua organização (todas as suas fases e etapas, incluindo a da Avaliação) tal como o preconizado para o ano lectivo de 2005/2006.

Cabe doravante distinguir as particularidades que enformam as duas temáticas (SOC026 -Seminário de Antropologia e SOC081 - Pensamento crítico, Ciência e Sociedade) oferecidas aos alunos a partir deste ano lectivo.

Atendendo que as recomendações do Conselho Científico ditaram a criação de uma temática adicional que respondesse igualmente aos pressupostos do Seminário complementar instituído, parece-nos então pertinente olhar com mais atenção para esta temática.

Objectivos
Pensamento crítico, Ciência e Sociedade mereceu no documento apresentador do seu programa para o ano 2005/2006, o seguinte

Enquadramento e objectivos da disciplina

Este seminário é complemento de formação disponível em todos os cursos da universidade e visa, antes de mais, oferecer aos estudantes a oportunidade de adquirir uma sensibilidade especial que lhes permita descobrir a complexidade das sociedades humanas e, concomitantemente, perceber a diversidade sempre presente na unidade, eliminando possíveis visões unilaterais e limitadas no seio da comunidade científica e/ou profissional em que se insiram. Tem como principais objectivos:

§ Desbravar o caminho para a aquisição de uma visão crítica e transdisciplinar do conhecimento, no âmbito da evolução científica, artística e cultural do Homem na sociedade contemporânea.
§ Fomentar uma abordagem transdisciplinar na resolução de problemas a cargo de equipas pluridisciplinares de trabalho
§ Fazer despertar e incentivar o espírito crítico de modo a elevar os níveis de discernimento pessoais e colectivos

Fonte: Programa de Disciplina - SOC081-Pensamento crítico Ciência e Sociedade
Como se pode constatar as duas temáticas comungam do mesmo preâmbulo. Pretende-se atingir o mesmo propósito de consciencializar o estudante de que os estudos que constituem o objecto de sua formação não podem ser desgarrados do contexto social em que o mesmo estudante se insere. Os processos e as modalidades dessa ligação não poderão igualmente ser desconectados da postura e do discernimento do estudante como sujeito envolvido e envolvente da construção desse próprio conhecimento. O entrosamento do sujeito e do objecto resulta num processo construtivo do que ao longo dos tempos constitui o património de um povo/sociedade, expresso pela sua cultura e sua história.
Enquanto a 1ª temática (Antropologia) faz a abordagem da questão pelo contexto social, a temática Pensamento crítico, Ciência e Sociedade aborda a mesma questão pelo ângulo da visão crítica do sujeito ou pelo ângulo do fruto das relações sujeito/objecto havidas.
Foi decidido então criar seminários distintos que apresentassem a temática do Pensamento crítico, Ciência e Sociedade sob os dois ângulos acima referidos. O seminário de Transdisciplinaridade (ângulo da visão crítica do sujeito) e o seminário Cultura, História e Património (ângulo do fruto das relações sujeito/objecto havidas ao longo da História).
A título ilustrativo, passaremos a analisar o Seminário de Transdisciplinaridade sob o ponto de vista do seu conteúdo teórico e do seu universo envolvente.

Seminário de Transdisciplinaridade
A visão transdisciplinar é essencialmente integradora. Foi precisamente ao se fazer jus a este espírito que o presente seminário foi apresentado como uma variante da cadeira Pensamento crítico, Ciência e Sociedade.
Com efeito, o seminário de Transdisciplinaridade, nasceu da confluência dos objectivos da cadeira Pensamento crítico, Ciência e Sociedade, da filosofia da UniPiaget e dos propósitos do Núcleo de Investigação Transdisciplinar da universidade.
O pensamento transdisciplinar é consagrado nos estatutos da universidade, por intermédio do seguinte articulado: “A UniPiaget de Cabo Verde é uma estrutura social educativa destinada à criação, desenvolvimento, transmissão e difusão da Cultura, nomeadamente das artes, técnicas, ciências e demais saberes, numa perspectiva intercultural e transdisciplinar”.
Imbuído da vontade de fomentar e desenvolver esta faceta da nossa universidade, um grupo de seus docentes engajou-se na criação de um projecto de investigação sobre a Transdisciplinaridade onde um dos resultados esperados era o da criação de um “módulo transdisciplinar no seio de um seminário de graduação sobre ciência e sociedade”.
Esta confluência de interesses resultou na seguinte engenharia do Seminário de Transdisciplinaridade:
· A parte teórica seria ministrada pelos docentes que fundaram o Núcleo de Investigação Transdisciplinar da UniPiaget
· A contribuição de cada um destes docentes seria criteriosamente agendada ao longo das sessões do seminário, para que houvesse coesão e encadeamento das ideias patenteadas, em conformidade com o propósito do programa proposto.
· Para assegurar essa coesão e harmonia, o regente do seminário asseguraria as sessões que mediassem as dos demais docentes, de forma a fazer a ponte conceptual entre os assuntos abordados
· Os alunos que estariam inscritos nesse seminário proviriam, em números iguais, de cinco cursos diferentes da universidade.
· Estes alunos formariam mais tarde grupos de trabalho de campo onde, de preferência, cada elemento pertenceria a um curso diferente.
· A última sessão teórica do seminário seria sob forma de painel, onde os cinco docentes fundadores do citado Núcleo teriam uma intervenção integradora das suas diferentes contribuições. A sessão seria pública.
Eis então a sinopse da parte teórica apresentada:
Introdução ao pensamento transdisciplinar - O conceito, a origem do termo; os fundamentos da Transdisciplinaridade. O estudo da Complexidade. Análise multidimensional da Complexidade. Abordagem da complexidade na óptica de Edgar Morin. O fenómeno da Emergência. Transdisciplinaridade, Ciência e Arte. Património, herança artística e cultural. Património sócio-cultural. Formas de Transdisciplinaridade e níveis de lucidez. Os pilares da metodologia transdisciplinar. Os sistemas de informação como auxiliares da lucidez. Pensamento lateral e mapas mentais como auxiliares do pensamento transdisciplinar. Os hemisférios cerebrais e suas potencialidades. A abordagem, o pensamento e a atitude transdisciplinares

Os docentes envolvidos no seminário e fundadores do Núcleo de Investigação Transdisciplinar são:
JSB - Prof. Doutor Jorge Sousa Brito (Regente) - [Química] & [Pedologia]
IBR - Mestre Isaías Barreto Rosa - [Informática] & [Gestão]
JJE - Mestre Jacinto José Estrela - [Sociologia] & [Saúde pública]
MAC - Mestre Maria Adriana Carvalho - [História] & [Ciências da Educação]
OMB - Mestre Osvaldo Monteiro Borges - [Estatísticas] & [Economia]
Os alunos escolhidos para integrarem o seminário provieram das seguintes turmas:
Ciências da Comunicação (CCO001) - 1º Ano (2005-2006)
Ciências da Educação e Praxis Educativas (CED001) - 1º Ano (2005-2006)
Economia e Gestão (EGE001) - 1º Ano (2005-2006)
Engenharia de Sistemas e Informática (ESI001) - 1º Ano (2005-2006)
Informática de Gestão (IGE001) - 1º Ano (2005-2006).
Comparando os cursos com os domínios de especialidade dos docentes facilmente compreenderemos a razão da escolha destes alunos e o ambiente propício para o exercício da Transdisciplinaridade.

Conclusão
Pensamos que o novo figurino adoptado, quer do ponto de vista estrutural, quer pela diversidade das temáticas e abordagens utilizadas, vai trazer frutos essenciais à construção de um processo de ensino-aprendizagem consentâneo com a realidade moderna e com o espírito transdisciplinar que enforma a Universidade Jean Piaget de Cabo Verde.
De salientar que os trabalhos que sairão das mãos desses alunos irão certamente corroborar os fundamentos das decisões tomadas e muitos deles servirão de base e de exemplo para novos rumos e estudos em matérias afins.

A revista CONTACTO

Como referi no artigo anterior, a Universidade possui uma revista científica de nome CONTACTO. No seu primeiro número (lançado a 31 de Maio 2006) figuram vários artigos que se inserem nas três vertentes clássicas da acção universitária: ensino, investigação e extensão.
Exorto e convido a comunidade académica a produzir artigos de qualidade para esta nossa/vossa revista.
Penso que uma universidade como a nossa deve fazer jus ao nome e produzir trabalhos e estudos ligados directa ou indirectamente à promoção da cultura científica e sobretudo ao desenvolvimento da sociedade vivente nestas ilhas (ou a elas pertencente).
No próximo artigo, deixarei um cheirinho dos conteúdos da revista através de um capítulo que escrevi conjuntamente com Estela Lamas e Daniel Costa, docentes da UniPiaget.

terça-feira, agosto 01, 2006

Início de funções como Reitor da Universidade Jean Piaget de Cabo Verde

Caríssimos! Como o prometido, eis-me a iniciar este Blog a 1 de Agosto de 2006.

Sucedo no cargo a Prof. Doutora Estela Ribeiro Lamas, Reitora desta universidade nos últimos cinco anos e com quem tive o privilégio de fazer, na qualidade de Vice-Reitor, uma linda caminhada em conjunto. Quero deixar aqui publicamente, o testemunho do reconhecimento à nossa Magnífica Reitora cessante, pela obra feita em prol da formação integral dos nossos estudantes, no incutir da metodologia científica e do rigor académico, na direcção da nossa revista científica Contacto, na preocupação de formar um corpo docente coeso, válido e competente (trazendo para o país Mestrados e Doutoramentos, disponibilizados a todos e ao nosso corpo docente em particular).
São tantas as iniciativas louváveis de nossa querida Estela Lamas que este artigo tomaria um comprimento insuportável para um Blog, acaso eu as inumerasse de maneira exaustiva.

Em tempo oportuno, anunciarei as linhas mestras do meu programa. Porém as orientações gerais vão enunciadas no primeiro memo que redigi (ampliado após um clique na figura ao lado), a comunicar o início das minhas novas funções.