sábado, agosto 05, 2006

Discurso proferido na Cerimónia de Imposição de Fitas aos Finalistas 2006

Os estudantes finalistas de 2006 organizaram no dia 4 de Agosto, uma belíssima cerimónia de imposição de fitas. Convidaram a Ministra da Educação e do Ensino Superior, Drª Filomena Martins. Estiveram presentes mais de 400 pessoas, entre finalistas (118), familiares e amigos dos mesmos, docentes e funcionários.
Sendo para mim o primeiro acto público na qualidade de Reitor, cabia-me proferir algumas palavras que a ocasião merecia. E é assim que produzi o seguinte Discurso:

Excelentíssima Senhora Ministra da Educação e do Ensino Superior
Excelentíssimo Senhor Pró-Reitor para a Cultura, Promoção e Desenvolvimento
Excelentíssima Senhora Directora Geral do Ensino Superior e Ciência
Senhora Presidente da Comissão Organizadora deste evento
Ilustres convidados
Caríssimos Finalistas, seus familiares e amigos aqui presentes
Estimados docentes e discentes da UniPiaget
Caros elementos do corpo administrativo desta instituição
Prezados membros da comunicação social
Minhas senhoras e meus senhores


Começo por agradecer as gentis palavras proferidas pela senhora presidente da comissão organizadora e pedia a vossa indulgência por começar esta minha alocução, pelo lado emotivo ao invés do discurso formal e racional que a praxe recomenda. Sim,… é isso mesmo! sinto-me bastante emocionado com o presente momento que vivenciamos:
  • Emocionado, porque vejo terminar o ciclo de 5 anos daqueles que em Outubro de 2001, iniciaram o primeiro ano lectivo regular desta Universidade.
  • Emocionado, pela honra que nos é concedida por sua excelência a senhora Ministra da Educação e do Ensino Superior em prestigiar esta vossa e nossa significativa cerimónia.
  • Emocionado enfim, por ser este o primeiro acto público em que me manifesto na qualidade de REITOR.
Caríssimos Finalistas:
Porque me emociono eu, por vos ver finalistas após estes 5 anos? É que fazeis parte dos que viram nascer esta Universidade e tal como a Professora Estela Lamas e eu próprio, acompanhastes o crescimento e a evolução desta instituição. A Prof. Estela, minha antecessora, lamenta imenso não poder estar fisicamente aqui convosco neste momento tão especial de vossas vidas… Dizia que o crescimento da UniPiaget é obra de todos nós, certo, mas é sobretudo vossa obra:
  • Seria a UniPiaget o que é, se vós não tivésseis feito um esforço para estudar e singrar pelos cursos até ao fim?
  • Seria a UniPiaget o que é, se vós não tivésseis manifestado a vossa opinião sobre tudo o que não ia bem na instituição?
  • Quantos sacrifícios não passastes, mas quantas alegrias não trouxestes ao convívio de todos nós?
  • E os contributos dados pelo vosso trabalho, pela vossa dedicação, pelo vosso carinho?
Acompanhei discretamente os preparativos e o empenho que tivestes durante o último ano para poder organizar esta comemoração. Só comemora aquele que preza o objecto de sua comemoração. Se comemorais desta maneira, é porque vos sentis bem com o que conseguistes. Sabemos que é com orgulho que exibireis o diploma da UniPiaget. E isto porque mais do que ninguém, mais do que vossos colegas que entraram depois, sabeis que, como já o disse, evoluístes construindo a própria universidade, debaixo de muitos sacrifícios. Lembram-se das aulas tidas no bloco B, quando não havia vidros nas janelas, quando subiam ao primeiro andar pelas escadas de incêndio, quando a poeira, os insectos e o barulho eram insuportáveis? quando escassos eram os documentos na biblioteca? … Mas tudo isto teve um impacto positivo na vossa e na nossa formação. A UniPiaget foi paulatinamente melhorando as condições que oferecia; pouco a pouco foram-se corrigindo os erros e as insuficiências. Este esforço foi por vós apreciado e cedo se aperceberam que a nossa instituição fazia jus aos propósitos consagrados nos seus estatutos. Estamos longe da perfeição, muito está ainda por fazer, muito deverá ser corrigido, rectificado e melhorado. Sê-lo-á certamente estamos disso confiantes. Mas o balanço é deveras positivo. E isto é visível, sobretudo no nível de conhecimentos e pela qualidade da vossa formação e desempenho. Sois e somos conscientes da grande distância que separa o caloiro de 2001 do finalista de 2006!

É com grande prazer que vos vemos e ouvimos hoje falar e discorrer, que vos sentimos desenvolver trabalhos de grande valor técnico e científico, que apreciamos a vossa postura em ocasiões sociais. Sois dignos da nossa instituição. Sentimo-nos orgulhosos de vós e do vosso trabalho. Sabemos que não ireis desmerecer a formação que adquiristes na UniPiaget.

E é aqui que reside a minha segunda emoção. Interpreto a honra que nos é concedida pela Senhora Ministra como um sinal de confiança nas vossas capacidades, como um sinal de confiança no poder da juventude do nosso país, mas também como um sinal de confiança na qualidade da formação que a Universidade Jean Piaget disponibiliza e sobretudo no papel que esta instituição virá a desempenhar, irmanada com a Universidade pública de Cabo Verde e em sintonia com a sábia política do desenvolvimento do ensino superior e da investigação científica que o Governo, na pessoa de vossa excelência, vem desenvolvendo.

A minha terceira emoção se prende com o facto de começar o meu reitorado na confluência destas duas circunstâncias para mim imbuídas de importante significado:
  • A saída para o mundo do trabalho da primeira leva de profissionais formada pela nossa Universidade;
  • A presença da Senhora ministra que coordena a política do ensino superior cabo-verdiano.
É como se, permitam-me a comparação, me encontrasse a meio percurso de um rio; de um rio de conhecimento e de acção formativa do homem e da mulher cabo-verdianos. Do lado da nascente temos a política educativa do país (simbolizado pela Senhora Ministra); do lado da foz, temos o mundo do trabalho que vos espera e cujas águas actuais são por vós, caríssimos finalistas, simbolizadas. O leito deste rio é a UniPiaget e eu seria o engenheiro-chefe encarregue, com a minha equipa, de fazer as devidas correcções torrenciais e melhoramentos do percurso. Imaginem vós se um dia vir a descarregar muitas pedras neste percurso e estancar ou perturbar seu curso? Claro que não o farei e é porque realizaremos todos um bom trabalho é que levaremos a água da formação, da nascente à foz!

Não poderia terminar sem fazer algumas exortações:
  • Honrem sempre a vossa profissão e não deixeis de conferir periodicamente o prazo de validade de vossos conhecimentos
  • Considerem que também é gratificante poder deixar ao longo da vida uma obra feita de que se orgulhem
  • Saibam que a vossa universidade não ficará somente no álbum de vossas recordações. A formação ao longo da vida é também nosso apanágio e esta é e continuará sempre a ser a vossa casa, um lugar em que vos sentireis bem e do qual sereis sempre orgulhosos
  • Sejam unidos como sempre o foram, construam momentos de reencontro e quiçá, fundam uma associação de antigos alunos da UniPiaget.
  • Sejam os primeiros embaixadores da UniPiaget, mais pela qualidade do vosso desempenho do que por aquilo que disserem em seu abono.
Termino agora pelos agradecimentos a todos os que contribuíram para que hoje fossem finalistas e que ajudaram a UniPiaget a desempenhar o seu papel:
  • Ao Instituto Piaget por acreditar neste projecto e ter dado sempre o maior apoio à nossa universidade (temos até sido um exemplo para as outras instituições criadas pelo Piaget)
  • Aos Administradores gerais havidos, pelo alto nível de organização e da gestão que fizeram e certamente continuará a ser feito.
  • À professora Estela Lamas, Reitora cessante, que durante estes cinco anos vos acompanhou e se interessou pelos vossos sucessos. A Professora com letras maiúsculas que conduziu os destinos da UniPiaget e com a qual me senti honrado de a secundar como Vice-reitor.
  • Aos docentes desta casa, que se entregaram a vós e vos acompanharam em vários momentos da caminhada.
  • Ao pessoal administrativo que vos serviu sempre com abnegação, para que pudésseis ter desde a papelada académica em dia, aos lugares limpos e asseados, à alimentação saudável na cantina (ou quase), aos jardins refrescantes, ao equipamento funcional, aos serviços de documentação em dia (ou quase) … e a tudo o que sem estas pessoas não tornaria possível estarmos numa universidade mas talvez numa casa de explicações de ensino superior para adultos.
  • Aos vossos pais, aos familiares e aos encarregados de educação que vos auxiliaram e incentivaram ao longo destes anos
  • Às instituições que vos financiaram os estudos e que disponibilizaram bolsas
  • Às entidades da sociedade civil que estão sempre prontas a ajudar os nossos estudantes
  • Às instituições que vos receberam em estágio
  • À comunicação social que contribui para que a vossa universidade seja conhecida e divulgada, criando a imagem que vos é útil ao se lançarem no mundo do emprego
  • A vós próprios por saberem respeitar, preservar e acarinhar as nossas premissas e instalações.
  • E sobretudo ao Governo de Cabo Verde pela confiança depositada em nós e pela disponibilidade que tem demonstrado em conjuntamente resolver os problemas típicos do sector e em remover os eventuais obstáculos que pudessem afectar o processo do vosso ensino-aprendizagem.
Fazendo então votos de sucessos pela vida fora, dou por terminada esta alocução. Obrigado a todos pela atenção

Caso queira um exemplar do discurso pode baixá-lo AQUI

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